terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Ô povinho que adora uma fila...

Não estou falando dos americanos. Dessa vez é dos brasileiros mesmo! Povo mestre na arte de criar filas, não há nenhum igual!
Fila pra comprar pão, pra ir no banco, pra subir no ônibus, pra esperar o ônibus, para pagar as compras no supermercado, pra comprar o lanche da tarde, pra pagar as contas do mês, pra dar parabéns ao aniversariante ou aos noivos... A você que está no Brasil faço essa pergunta: quantas filas já enfrentou hoje?
Isso é uma coisa que eu só vim me tocar a respeito, depois que eu cheguei aqui. O padrão de respeito ao consumidor nas lojas é completamente diferente. Se há 3 pessoas nas filas no caixa do supermercado, todo mundo vai pro caixa, até mesmo o gerente da loja (que eu já cansei de ver andando com um espanador pendurado no bolso de trás da calça). Se há duas pessoas na frente, e uma está demorando a contar o dinheiro, não é incomum o terceiro da fila desistir da compra.
Depois de me acostumar com esse outro lado do respeito ao consumidor, de não gastar mais 5 minutos quando vou ao banco resolver algo, de ver que cada um tem o seu espaço respeitado pra subir no ônibus mesmo sem fila, eu fui a uma missão intinerante do consulado brasileiro aqui na capital do estado.
Puxa vida! Aquela lá foi uma lição de maestria a respeito de como fazer uma fila que faria inveja a qualquer banco em dia de pagamento no Brasil!
Éramos (eu e meu marido) os terceiros da fila, e quando chegamos, a missão ainda não estava preparada. Depois de esperarmos mais ou menos uma hora(detalhe que chegamos meia hora do horário que já deveria ter começado), o representante do cônsul e sua equipe chegaram, e claro, a fila já estava tomando um volume de fazer jus ao povo que estava alí representado.
Meia hora depois, o representante do cônsul fala para todos: "nós vamos atender do jeitinho brasileiro!", como se a coisa já não estivesse com tal característica.
Mas pra minha surpresa, a coisa conseguiu ficar pior sim, então depois de todas as pessoas com filhos, sobrinhos, e outras crianças emprestadas por amigos e conhecidos que estavam no meio da fila foram atendidos, os adultos desacompanhados começaram a ter sua vez... Aproximadamente 5 horas foi o tempo que eu fiquei naquela fila. Eu tenho certeza de que quando voltar ao Brasil eu vou ser conhecida como fresca. Por que paciência pra perder tempo em fila eu não tenho mais.
Mas como tudo na vida tem um lado bom, fiz bons amigos naquele dia. Amigos que continuamos vendo e se encontrando com, e que sempre que perguntam como nos conhecemos nós respondemos: "em uma fila".

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