Isso é um ditado aqui é algo mais ou menos assim "o lixo de um, o tesouro de outro" que não é linguagem figurativa, é literal mesmo.
Aqui não existe a profissão de catador de lixo, que eu acho mereciam ser chamados de agentes ecológicos. O trabalho dessas pessoas que ajudam a diminuir a poluição no Brasil, aqui é substituído por coleta de lixo seletiva e realização de composto. O composto é a trituração e envelhecimento de lixo orgânico para ser usado como adubo. Aquele triturador que existe nas pias americanas vão parar em um depósito externo com essa finalidade. Lá ele fica até estar pronto pra ser usado como adubo. O lado bom é que cria-se menos lixo. O lado ruim é que isso atrai bichos. Semana passada o lixo de uns atraiu um urso preto e um leão da montanha para a cidade, que chegaram a assustar crianças de manhã cedo à caminho da escola, e o jornal local está recomendando as pessoas a não produzir mais o tesouro animal.
Os animais não são os únicos que acham tesouros no lixo. Vocês já devem ter ouvindo umas histórias de que "fulano morou nos EUA e achou um sofá ou um som novinho no lixo", e achado a história com a maior cara de mentira. Podem assumir, eu também achava que era mentira, mas sinto desapontá-los, é tudo verdade.
Eu moro em um condomínio universitário. Residência de pessoas que vem de todos os lugares do mundo. Essas pessoas chegam aqui, montam casa, estudam um tempo, e quando vão embora vendem o que conseguem e o que não conseguem colocam no vulgo "quem me quer". O "quem me quer" é uma área reservada no condomínio a objetos cujos donos não querem mais manter, mas que ainda estão em boas condições de uso, é uma área de doação impessoal. Quem não quer deixa, quem quer pega. Essa área se resume a uma mesa na lavanderia (que aqui é um espaço comunitário com máquinas de lavar e secar roupa que funcionam com moedinhas). Entre as minhas doações já foi uma TV de 20 polegadas, um ventilador e roupas, além de outras coisas que não me lembro agora. Vocês devem estar pensando: tava tudo quebrado... Não estava. A TV era a mais moderna na época da TV preto e branco... por que era colorida. Tinha até controle remoto, mas este só era capaz de ligar e acionar um mesmo canal, dentro dos 99 disponíveis. . Meu marido a adquiriu de uma vizinha que tinha comprado uma nova. Ela perguntou se ele queria, e ele por não ter entendido a pergunta respondeu "sim" automaticamente e por falta de coragem de assumir que não a havia entendido, ele subiu ao nosso apartamento sozinho de escadas com aquele trambolho.
Bem, pra mim era um trambolho por que já tínhamos TV e não havia lugar para aquilo no nosso lar, depois que a vizinha se mudou descemos o tesouro alheio para a lavanderia. Subimos para buscar roupas a serem lavadas e quando descemos a TV já tinha um novo dono.
Entre os tesouros adquiridos estão um birô (melhor do que o que compramos anteriormente), um rádio, um jogo completo de uma edição especial de Banco Imobiliário e um sofá super confortável, entre outras coisas menores. O birô chegamos a ver o dono antigo. Era de uma família que estava de mudança, saindo do prédio. O móvel havia sido colocado do lado do depósito comunitário de lixo, pois claro que um birô não cabia em cima de uma mesa... A ex-dona ficou toda feliz que estávamos recolhendo seu antigo birô e mandou os carregadores da mudança dela subirem o móvel para o nosso apartamento. Ela afirmou estar contente que alguém o estava usando, e que só o havia deixado por que não cabia no novo apartamento. Bem, isso aconteceu conosco também. Quando mudamos tivemos que repassar o nosso ex-tesouro para um novo dono.
Uma das coisas que causa esse hábito é que os móveis, eletrodomésticos e outros produtos aquisitivos aqui são relativamente baratos. Eu geralmente comparo as coisas com o preço de abacaxi. Pelo mesmo preço de 3 abacaxis eu mobiliei a minha varanda. Com móveis de plástico, mas mobiliei. Por outro lado, não existe oficina onde se possa consertar eletrodomésticos e móveis. Então é mais fácil simplesmente se desfazer e comprar outro. Isso acaba criando uma cultura do descartável, e tem gente que se comporta assim até com carro. Só que não dá o carro: vende barato.
Vou parando por aqui, vou fazer uma vizitinha no "quem me quer".
Aqui não existe a profissão de catador de lixo, que eu acho mereciam ser chamados de agentes ecológicos. O trabalho dessas pessoas que ajudam a diminuir a poluição no Brasil, aqui é substituído por coleta de lixo seletiva e realização de composto. O composto é a trituração e envelhecimento de lixo orgânico para ser usado como adubo. Aquele triturador que existe nas pias americanas vão parar em um depósito externo com essa finalidade. Lá ele fica até estar pronto pra ser usado como adubo. O lado bom é que cria-se menos lixo. O lado ruim é que isso atrai bichos. Semana passada o lixo de uns atraiu um urso preto e um leão da montanha para a cidade, que chegaram a assustar crianças de manhã cedo à caminho da escola, e o jornal local está recomendando as pessoas a não produzir mais o tesouro animal.
Os animais não são os únicos que acham tesouros no lixo. Vocês já devem ter ouvindo umas histórias de que "fulano morou nos EUA e achou um sofá ou um som novinho no lixo", e achado a história com a maior cara de mentira. Podem assumir, eu também achava que era mentira, mas sinto desapontá-los, é tudo verdade.
Eu moro em um condomínio universitário. Residência de pessoas que vem de todos os lugares do mundo. Essas pessoas chegam aqui, montam casa, estudam um tempo, e quando vão embora vendem o que conseguem e o que não conseguem colocam no vulgo "quem me quer". O "quem me quer" é uma área reservada no condomínio a objetos cujos donos não querem mais manter, mas que ainda estão em boas condições de uso, é uma área de doação impessoal. Quem não quer deixa, quem quer pega. Essa área se resume a uma mesa na lavanderia (que aqui é um espaço comunitário com máquinas de lavar e secar roupa que funcionam com moedinhas). Entre as minhas doações já foi uma TV de 20 polegadas, um ventilador e roupas, além de outras coisas que não me lembro agora. Vocês devem estar pensando: tava tudo quebrado... Não estava. A TV era a mais moderna na época da TV preto e branco... por que era colorida. Tinha até controle remoto, mas este só era capaz de ligar e acionar um mesmo canal, dentro dos 99 disponíveis. . Meu marido a adquiriu de uma vizinha que tinha comprado uma nova. Ela perguntou se ele queria, e ele por não ter entendido a pergunta respondeu "sim" automaticamente e por falta de coragem de assumir que não a havia entendido, ele subiu ao nosso apartamento sozinho de escadas com aquele trambolho.
Bem, pra mim era um trambolho por que já tínhamos TV e não havia lugar para aquilo no nosso lar, depois que a vizinha se mudou descemos o tesouro alheio para a lavanderia. Subimos para buscar roupas a serem lavadas e quando descemos a TV já tinha um novo dono.
Entre os tesouros adquiridos estão um birô (melhor do que o que compramos anteriormente), um rádio, um jogo completo de uma edição especial de Banco Imobiliário e um sofá super confortável, entre outras coisas menores. O birô chegamos a ver o dono antigo. Era de uma família que estava de mudança, saindo do prédio. O móvel havia sido colocado do lado do depósito comunitário de lixo, pois claro que um birô não cabia em cima de uma mesa... A ex-dona ficou toda feliz que estávamos recolhendo seu antigo birô e mandou os carregadores da mudança dela subirem o móvel para o nosso apartamento. Ela afirmou estar contente que alguém o estava usando, e que só o havia deixado por que não cabia no novo apartamento. Bem, isso aconteceu conosco também. Quando mudamos tivemos que repassar o nosso ex-tesouro para um novo dono.
Uma das coisas que causa esse hábito é que os móveis, eletrodomésticos e outros produtos aquisitivos aqui são relativamente baratos. Eu geralmente comparo as coisas com o preço de abacaxi. Pelo mesmo preço de 3 abacaxis eu mobiliei a minha varanda. Com móveis de plástico, mas mobiliei. Por outro lado, não existe oficina onde se possa consertar eletrodomésticos e móveis. Então é mais fácil simplesmente se desfazer e comprar outro. Isso acaba criando uma cultura do descartável, e tem gente que se comporta assim até com carro. Só que não dá o carro: vende barato.
Vou parando por aqui, vou fazer uma vizitinha no "quem me quer".
2 comentários:
ai ai sinto muito te desapontar mas DAO O CARRO SIM! O Chad mesmo deu o carro que ele usava antes de nos casarmos, assim que eu mudei pra cah... eu fiquei chocada, pq o carro era velhinho mas funcionava! daih eu muito brasileira fiquei tentando convence-lo a vender e minha sogra disse: "Carol, talvez um dia vc precise, e vai ser legal ter alguem que te de..." e eu calei a boca... na minha igreja tem um sistema de doacao de carros a pessoas que precisam e os grupos de apoio a crianca aceitam doacoes de carros entre outros...
Verdade!!!
Eu tinha me esquecido das doações de carro pra caridade...
:)
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