quinta-feira, 20 de setembro de 2007

A chegada.

Hoje estou saudosista (ou seria masoquista?) relembrando como foi a minha chegada nesse país estrangeiro. Essa história os meus amigos daqui já estão cansados de escutar por que cada um que pergunta se foi difícil a mudança eu conto essa história.
O meu estresse começou no aeroporto de São Paulo. Depois de horas na fila pra fazer o check in (ô povinho competente pra criar fila esse brasileiro!) eu recebo os cupons de despacho de bagagem e guardo cuidadosamente com meu passaporte e outros documentos importantes. Eu já tinha levado um fora de um atendente todo engomadinho que estava todo dedos pros americanos que estavam na mesma fila que eu (nem o brasileiro dá valor a sua própria gente, é lasca!), e aguentado show de americana bêbada na fila (que foi rapidinho encaminhada pro começo da fila). Eu entro no avião e coloco as bagagens de mão no bagageiro, deixando comigo uma bolsa com aquilo que no momento era de suma importância: os documentos, os tickets dos vôos seguintes e os comprovantes da bagagem.
Após levantado vôo, vem aquela comidinha rala de avião, distribuídas pelas aeromoças mais assanhadas e mal humoradas que eu encontrei na minha vida inteira! Trabalhando no percurso Brasil-EUA elas só reconheciam a palavra "água" em português. E me deram o maior fora por que eu tentei cochilar com minhas pernas no corredor, uma vez que elas não cabiam direito no minúsculo espaço entre minha poltrona e a poltrona da frente. De manhã, ainda no mesmo avião vem aquele café da manhã maravilhoso pra americano e horrível pra brasileiro: salada de frutas enlatada, com um croissant sem recheio, e um suco de laranja industrializado (era o único suco que tinha uma cara normal pra mim) com gosto de "ontem". Esta foi a minha última refeição de avião durante essa viagem inteira, por que em avião americano não tem essas mordomias de lanchinho, e quando tem, você tem que ter o dinheirinho trocado pra pagar. Mas dei azar, nos aviões que eu peguei só tinha suco.
Chegando no último aeroporto (lá pelas tantas da tarde), eu fui buscar minhas malas. Tive que pegar um trem interno no aeroporto e passar por 3 estações pra chegar no lugar onde minhas malas deveriam descer. De posse dos meus pertences, eu pego meus preciosos comprovantes de bagagem e procuro o responsável por checá-los. Passei uma hora nessa busca. Com meu inglês "eu entendo todo mundo mas ninguém me entende" fui perguntando, até que num momento com um misto de estranheza, cansaço e fome eu começo a chorar alí mesmo, no meio do aeroporto. Daí veio o abraço de boas vindas (consolo) americano. Uma policial americana, se compadeceu de mim, me deu um "abraço de urso" e teve paciência de tentar me entender com meu meio curso de inglês, me explicou que eu não precisava mostrar papel a ninguém, que se as malas eram minhas eu podia simplesmente sair do aeroporto.
Daí veio a minha primeira refeição na américa: um suco de uva com sabor super estranho e uma pizza com erva-doce em cima. Comi por que estava com fome, mas aquilo era literalmente uma gororoba! E eu ainda paguei quase $10 por ela.
Com o estômago forrado, eu fui em busca de um transporte para a cidade onde iria morar. Isso por que eu desci na capital do estado, mas minha moradia é no interior. Daí eu peguei um shuttle, um serviço bem legal, que lhe pega no aeroporto, e lhe deixa na porta do seu destino, como se fosse um táxi, só que mais barato, por que ele pega várias pessoas que vão para o mesmo destino (cidade) como se fosse um ônibus.
Foi assim que eu cheguei... já de noitinha.

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