segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O frio e os sem-teto.

Ontem foi um dia muito frio. Eu resolvi dar uma passada na biblioteca pública e na entrada da biblioteca haviam vários sem-teto apenas matando o tempo. A polícia também estava representada na porta e tudo estava calmo e quieto, como uma biblioteca deve ser.
No Brasil, infelizmente a presença física de pessoas miseráveis sempre inspira medo. Aqui também, mas não tanto quanto no Brasil e a polícia faz o trabalho dela. Confesso também que o cheiro me incomodou.
Depois caí na reflexão. Esses abrigos onde esse pessoal passa a noite só são abertos a noite e não há banho disponível. Na verdade é uma ajuda pra não se morrer congelado. Num dia frio como ontem eles não tem opção de para onde ir: não são bem vindos no comércio, restando apenas prédios públicos como o da biblioteca pra se proteger do frio durante o dia.
Não sei bem o porque eu estou escrevendo sobre eles aqui... Gente pobre tem em todo lugar... a coisa é bem mais antiga do que a riqueza. Acho que fiquei pensando em como a vida é dura e que eu sou felizarda por ter uma caminha quente e lençóis pra dormir à noite e uma casa pra me abrigar do frio durante o dia.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Famosos.

Hoje eu queria dar uma sugestão da história de uma pessoa (que morreu a mais de 50 anos) como sugestão pra um seriado ou coisa assim. Daí fui fuçar pra ver se uma reles mortal como eu teria acesso a algum autor que poderia fazer isso. Como reles mortal que sou, não consegui.

Vi um site no blog do Walcyr Carrasco.

tedouumdado.virgula.com.br

É um outro blog que fala sobre a vida terráquea dos famosos. Morri de rir e resolvi deixar aqui.

Confesso que o conteúdo do tal blog não é lá muito "politicamente correto".

Confiança comercial.



Se você tivesse uma loja, confiaria em deixar produtos do lado de fora sem ninguém pra olhar?
Pois aqui isso é super-comum. Não sei dizer se isso é uma cultura nacional ou regional, mas de qualquer maneira, acho essa segurança super-legal.
Além de as lojas confiarem em deixarem produtos do lado de fora, os fregueses também sentem-se à vontade pra deixar seus pertences às portas das lojas. Hoje mesmo uma mãe deixou o carrinho do bebê enquanto entrou com o filho dentro das lojas.
Na verdade, algumas lojas usam essa coisa de colocar produtos do lado de fora como uma propaganda comercial. As vezes são coisas em promoção, e as vezes coisas que são difíceis de manter do lado de dentro, por ocuparem muito espaço e serem pesados.
Mas a segurança não acontece somente em horário comercial... Em alguns lugares, as lojas fecham e os produtos continuam do lado de fora. Um exemplo são os pacotes de lenha de lareira que pernoitam do lado de fora e quem quiser comprar tem que levar o pacote pra dentro da loja ou avisar o caixa que está tirando um pacote de lenha na saída. Enquanto isso, os brasileiros se encadeiam dentro de casa...

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Valores familiares.

Imagina que você tem em casa um filho de 21 anos, que está na faculdade e trabalhando pra ganhar o dinheiro dele. No Brasil pra muita gente isso é motivo de orgulho. Aqui, fez 18, está trabalhando e ainda não saiu da casa dos pais é motivo de vergonha. O filho fica com fama de sangue-suga e até pra arrumar namorada, morar com os pais é um grande "queima-filme".
Tem até programa de televisão que ajuda o "inquilino" a se mudar. O programa arruma um novo espaço, decora e dá a carta de despejo ao "inquilino". Tudo isso mais o mico de ir para a TV no processo.
Isso é uma coisa que eu já sabia. Mas apesar dos anos que vivo neste país hoje eu vi na televisão uma coisa que ainda assim me surpreendeu: um irmão havia emprestado dinheiro ao outro e o colocou na justiça.
O que eu vi na TV foi um programa judicial. Funciona assim: um determinado juiz deixa as baixarias que acontecem no tribunal dele virarem programa de televisão. Quem quer uma resolução mais rápida e com direito a uma baixaria pública liga pra o juiz pra marcar o julgamento dentro do programa. Tem programa de vários juízes diferentes pra acompanhar.
Pois bem, nesse caso o irmão mais novo tinha emprestado um dinheiro ao mais velho pra comprar material pra abrir um pequeno negócio. O que recebeu o dinheiro, por sua vez tinha um emprego do qual se sustentava enquanto o extra do negócio novo entrava pra poder pagar o empréstimo. Só que ele sofreu um acidente de trânsito, quebrou a perna e teve que se afastar do emprego normal (aqui ficou doente ficou sem salário!). Portanto não pagou o empréstimo no tempo estipulado.
Depois que o juiz xingou o irmão que pegou o dinheiro emprestado bastante (nesses programas os juízes as vezes fazem parte da baixaria), ele deu o ganho de causa pro irmão que emprestou o dinheiro.
Me digam mesmo... Se fosse no Brasil, o que você pensaria do irmão que emprestou o dinheiro?

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Idéias que fazem dinheiro.

Sabe que as vezes eu me impressiono como algumas pessoas aqui fazem dinheiro. Um exemplo: padarias. Como as padarias aqui a muito deixaram de ser um lugar pra comprar pão fresco (hoje em dia se pode comprar pão fresco descongelado em qualquer supermercado), as padarias que estão por aí são especializadas em bolos e tortas. Existem delas pra todos os gostos. Está afim de comer cheesecake? Você pode ir e sentar em um restaurante especializado em cheesecakes, chamado cheesecake factory. Eles tem todos os sabores desse tipo de torta que você imaginar. http://www.thecheesecakefactory.com
Não está com vontade de comer cheesecake? Quer simplesmente um bolo feito por receita, que não tenha sido feito de mistura prontas? Acredite, aqui tem padaria especializada nisso! http://stores.maggieandmollys.com
Tem um evento de última hora e quer um bolo decorado? Essa padaria aceita pedidos com um dia de antecedência: http://www.cakesandlimousines.com
Quer um bolo decorado com motivos exóticos e até mesmo eróticos? Você deve ir na Le Bakery Sensual! http://www.lebakerysensual.com
Quer decorar um bolo? Isso mesmo! Tem padaria que faz festa para decorar bolos! Você paga pelos produtos, tem todo o trabalho mas não precisa fazer a limpeza depois.
http://www.mulberriescakeshop.com
E todas essas padarias são aqui da região. Não precisa pegar um avião pra ir numa dessas lojas especializadas.
Se você quer dar umas risadas eu recomendo que você entre no link da galeria de fotos da Le Bakery Sensual chamada "Over the Hill" (conteúdo censurado para menores!).

Bom Apetite!

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Comprando carro.

Bem, o meu primeiro carro ainda é meu único e último carro. Eu ralei pra poder fazer essa compra, mas a pior parte nem foi o dinheiro. Foi saber o que comprar, como comprar e por quanto.
Carro aqui custa relativamente barato. Meu carango ano 97 me custou $1500 a um ano e meio atrás. Contudo pra essa compra acontecer eu cheguei a ficar com dor de cabeça de tanto olhar anúncios de carros.
O que complica a coisa é o fato de que o concerto de um carro pode custar mais caro do que o carro em si. Mecânico aqui ganha muito bem e quem paga essa conta é o dono do carro. Pra vocês terem uma idéia a janela do meu carro quebrou o mecanismo elétrico para fechar e abrir. O preço do concerto: $250,00!!! Isso é atualmente 1/4 do valor total do meu carro... em uma janela!
Em uma das minhas várias visitas a um car dealer o vendedor chega e me pergunta de onde eu sou. Quando respondo: Brasil ele vem com um: "como estás?" cheio de sotaque e fala com a maior pinta de que sabe tudo de Brasil que gostaria de visitar o Rio de Janeiro. Quando falo que sou de Recife o pobre não consegue nem pronunciar o nome da cidade...
Mas eu assumo minha culpa, não posso nem reclamar... quando eu cheguei aqui eu resumia a Ásia a China e Japão e que não dava pra diferenciar as características faciais que as duas populações apresentam. Eu ignorava completamente as diferenças culturais entre os vários outros países que fazem parte desse continente. Vejam mesmo... hoje eu tenho uma professora da Índia, uma grande amiga de Taiuã, estudei com uma coreana do norte, trabalhei com um casal nepalense, estudo com uma iraniana... As diferenças são muitas. Se eu me permiti ignorar tantos países com culturas tão diversas acho que não posso julgar um americano que me cumprimenta com um "hola!" e fala "mucho gusto" quando aperta minha mão.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Marmita de Luxo

Aqui, as pessoas sempre compram comida fora. Mas quando eu falo sempre, eu não quero dizer todo dia só... tem gente que simplesmente não prepara comida, que come do café da manhã ao jantar na rua. Levando em consideração que a comida aqui em geral não é tão saborosa quanto a brasileira, isso não é uma coisa lá de muita sorte. Até o intervalo do café é realizado em uma cafeteria. Geralmente a Starbucks, uma franquia de café ao melhor estilo do fast food. Os amantes do Starbucks me desculpem, mas no meu paladar aquele café não cai bem.
Pois bem. Modéstia a parte, eu não sou uma cozinheira lá tão ruim... me viro razoavelmente bem. Fora dos momentos mais ocupados nessa minha vida de jornada tripla (trabalho, casa e escola) nos quais eu apelo para a vasta seleção dos jantares congelados mais requintados do mercado, eu prefiro preparar uma boa e velha comidinha caseira pra minhas refeições. Daí, a boa e velha marmita me acompanha na correria do dia afora.
Nossa! Se minha marmita falasse, ela iria ser uma marmita tão esnobe! Pense que minha comidinha caseira já foi mais do que invejada pelos colegas (e chefes) de trabalho que comigo compartilharam de uma sala de refeições empresarial. Nessa terra em que as pessoas comem na rua por falta de coragem e/ou tempo de cozinhar, marmita caseira é coisa de luxo!

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Troco

Uma das coisas que me chamou atenção aqui foi o troco. Por mais que as coisas custem valores terminando em 99 centavos, pra eles 99 centavos é 99 centavos e não 1 dólar.
Além do preço ser exatamente o mesmo na registradora, você sempre recebe as suas moedinhas de troco. Nunca vi essa coisa de pagar troco com balinhas por aqui. Na verdade, se você pagar mais por um produto no caixa do que o valor da etiqueta no corredor da loja, geralmente a loja lhe oferece o produto de graça se você reclamar.
Pois bem, não só os estabelecimentos comerciais fazem questão de pagar o seu troco certo como os clientes também fazem questão de receber as suas moedas. Enquanto eu estava trabalhando em um serviço de atendimento ao consumidor, vi vários clientes virem reclamar de situações em que no Brasil seriam consideradas ridículas. Como por exemplo, a máquina que dispensa troco em moedas não liberou 2 centavos ao cliente.
Por um outro lado, se o anúncio diz 99 centavos, você, como cliente tem o direito de pagar 99 centavos ao invés de R$1,00. Vamos fazer um cálculo rápido. Vamos dizer que todo dia seu troco é pago com balinhas no restaurante onde almoça e também na padaria. Nesses lugares a média de troco com balinhas é de 6 centavos (juntando os dois lugares).
Pois bem, em uma semana, você deixou de receber 30 centavos em troco que lhe pertence. Em um mês, esse troco já se tornou R$1,20. Em um ano, você deixou de receber R$14,40 de seu próprio dinheiro pra receber balinhas com preço as vezes super faturado e que você não desejava comprar. Isso sem contar compras de supermercado e outros estabelecimentos comerciais. Não sei você, mas eu acho que eu tenho direito a escolher o que eu gostaria de comprar com os meus R$14,40.
Uma vez ouvi dizer (não me lembro onde) de alguém que juntou balinhas e pagou um almoço de um desses restaurantes com as balinhas que eles davam de troco. Desde então essa pessoa não recebeu mais troco em balinhas. Podem dizer que esse lugar aqui contaminou minha cabeça (e contaminou mesmo), mas eu acho que muitas vezes o brasileiro deixa seus direitos de lado pra não ser chato, daí outros brasileiros se aproveitam da situação.

sábado, 12 de julho de 2008

Está estressado?

"Got Stress? Yell at me for $1.00!" Traduzindo: Está estressado? Grite comigo por $1.00!
Escrito em papelão, essa foi a placa que dois adolescentes tinham no sinal de trânsito hoje. Quando eu vi eu ri. O que mais eu poderia fazer? Segundos depois, um rapaz em outro carro, sai correndo, abre a carteira, dá um dólar, grita uns palavrões e volta correndo para dentro do carro rindo e feliz da vida!
Isso é a América! Tem gente fazendo dinheiro com os palavrões dos outros! Basta ter criatividade.

Enquanto isso na Terra da Pizza...


Engana-se quem pensa que a Terra da Pizza é a Itália. Lá é a origem da Pizza. Mas eu duvido que se coma mais pizza lá do que aqui. Vejamos em que ocasiões essa iguaria é consumida por aqui:
  • Você está apressado, no meio de uma loja de supermercado e quer fazer um lanchinho rápido pra não comprar demais. Entre os fast foods de hamburguer e café, um dos mais comuns é o de pizza.
  • Agora você foi naquele encontro do pessoal, depois do expediente. Onde o pessoal se encontra freqüentemente? Numa pizzaria.
  • Festa de aniversário! Ôpa! Tem bolo e refrigerante... Freqüentemente essa é também uma "Pizza Party" ou festa da pizza!
  • Seção de congelados do supermercado. Muitas opções de comida pra os que não querem cozinhar mas também não vão comer em restaurante. 1/3 do espaço pode chegar a ser preenchido com a pizza. Diga-se de passagem, entre as comidas congeladas é a mais gostosa. Freqüentemente é minha opção.
  • Rolou uma reunião de trabalho depois do expediente. A chefia ciente de que muitos empregados não vão poder se organizar pra comer resolve bancar jantar para os funcionários. O menu? Pizza!
  • Programa de culinária, especial churrasco. Sugestão para sair da mesmice do churrasco de carne: Pizza na brasa!
Depois de tanta pizza, os americanos desenvolveram o próprio estilo de comer pizza. Nada de usar garfo e faca... Pizza aqui se come com a mão! Dobre a fatia no meio. Uma boa pizza não escorre pelos lados e a primeira mordida é na ponta com mais recheio.
Os amantes de ketchup e maionese sobre a pizza... Isso aqui não existe! Já teve gente rindo de mim por causa disso.
Bem, pelo menos as coisas aqui não acabam sempre em pizza. Mas se é pra festejar ou mesmo comer uma refeição rápida uma das favoritas escolhas do americano é pizza.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Bugigangueira...

Não repare por favor, acabei de inventar essa palavra agora. Mas mesmo sabendo que eu acabei de inventar ela acho que dá pra entender o sentido.
Nessa terra daqui tem todo tipo de quinquilharia (a venda claro, isso aqui é a América!) possível e imaginavel. Pense no apetrecho mais última-moda para facilitar a sua vida em algum sentido (mesmo que a facilidade não compense a manutenção do tal objeto). Pensou? Aqui tem!
Aqui vai uma lista das pequenas invenções que me chamaram atenção:
  • Espremedor de limão:
http://ecx.images-amazon.com/images/I/31IO1mityhL._SS260_.jpg
Até gostei dessa idéia. Comprei dois e desisti pois os dois quebraram no mesmo lugar.
  • Escorredor para enlatados:
http://tbn0.google.com/images?q=tbn:djAcVUQljGKjIM:http://ecx.images-amazon.com/images/I/31%252BAc0dhQaL._SL160_AA160_.jpg
Esse eu não me atrevi a comprar pra que eu usaria isso?
  • Espremedor de saquinho de chá:
http://tbn0.google.com/images?q=tbn:9E0wWQ2jH5PXJM:http://images.crateandbarrel.com/is/image/CrateandBarrel/TeaBagSqueezerS8%3F%24lg%24
É ou não é uma bungiganga?
  • Descaroçador para cerejas:
http://ecx.images-amazon.com/images/I/41PSMdvHRZL._SS260_.jpg
Será que funciona mesmo?
  • Misturador para saladas:
http://g-ecx.images-amazon.com/images/G/16/qview/bg_btn_quickview._V21243516_.png
Esse eu até tenho vontade de comprar, pois tem um compartimento pra segurar o molho até a hora de servir. Mas cá pra nós, eu nunca tinha ouvido falar em misturador para saladas,
  • Bacia de lixo da Rachael Ray:
http://tbn0.google.com/images?q=tbn:5-SfRp_hpxhBWM:http://ecx.images-amazon.com/images/I/51N1G1SMrfL._SS260_.jpg
Pois é... Tem artista vendendo bacia de lixo patenteada!
  • Palito de dente com sabor:
http://tbn0.google.com/images?q=tbn:DcGwfm93F4vEQM:http://www.teatreeplace.com/images/teatreetoothpicks2.jpg
Imagina o look da cena do comercial!
  • Segurador de cebola:
http://tbn0.google.com/images?q=tbn:WNXartYWIoV36M:http://www.popgadget.net/images/norpro-onion-holder.jpg
Como será que faz pra enfiar o segurador sem segurar na cebola?
  • Derretedor de manteiga:
http://tbn0.google.com/images?q=tbn:5CgM6m_YXczb1M:http://www.cayneshousewares.com/images/products/350096.jpg
Elegante, não achas?

Se você teve paciência em para abrir todos os links até aqui, acho que você tem bastante paciência! Existem mais bugigangas no mercado, mas se eu colocasse tudo aqui você ficaria olhando até amanhã!

sexta-feira, 23 de maio de 2008

O compartimento secreto da bandeira americana.

Na ponta do mastro da Bandeira Americana em postos oficiais no exterior e bases militares tem um compartimento com o seguinte conteúdo:
-um punhal;
-uma caixa de fósforos;
-uma arma com uma bala.

O ato do último americano para defender a base dever ser:
-usar o punhal para cortar a bandeira do mastro;
-usar os fósforos para queimar a bandeira e assim evitar que ela caia nas mãos dos inimigos;
-usar a arma para se matar, e assim manter a honra.

Juro que quando eu soube eu não acreditei, mas junto da pessoa que me falou isso havia uma esposa de militar que confirmou o fato.

terça-feira, 20 de maio de 2008

A erva daninha.

No ano passado eu resolvi fazer um jardim na frente da minha casa. Durante altas idas e vindas dentro das lojas em busca de produtos pra alimentar plantas, ferramentas e sementes eu vi muitos produtos disponíveis pra matar ervas daninhas e plantas oportunistas. Depois de algumas pesquisas eu descobri que eu gostava tanto do visual das ervas daninhas que eu estava praticamente cultivando elas! Se você já desconfiou agora eu vou confirmar. Essa foto daí de cima é da erva daninha daqui. Não sei se os americanos são muito exigentes ou eu que sou boba de me apaixonar pelos dentes-de-leão!

O pneu murcho.

Esse final de semana ao voltar ao estacionamento de uma das lojas eu percebi que tinha um pneu murcho. Minha primeira reação foi falar um monte de palavrões em português, por que palavrão em uma segunda língua não tem a mesma força. Depois eu liguei pro meu marido. Ele falou com uns amigos que ficaram de me resgatar.
Quando eu menos espero, para um senhor com o filho e ele me ajudou, na verdade ele trocou completamente o meu pneu pra mim! Juro que uma coisa dessas eu não esperava acontecer. Acho que eu nunca falei dos pneus de estepe daqui. Eles são minúsculos, não é do mesmo tamanho dos pneus do carro e você usa somente em caso de emergência até chegar a um lugar onde você possa concertar o pneu original. Pois bem, esse senhor me indicou um produto que eu não fazia idéia de que existia. Se chama "save a flat" (salve o murcho) ou algo do tipo. Trata-se de uma latinha com ar compresso e selante. A pessoa infla a latinha dentro do pneu e anda uns 2 quilômetros com o carro para o selante se distribuir igualmente no pneu. Depois disso você está seguro até chegar a próxima borracharia.
Não é que esses americanos inventam de tudo mesmo?!

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Os quase 15 segundos de fama.


Sou agora testemunha viva da manipulação da informação. Bem antes desse acontecido eu já não assistia muito o noticiário mesmo, mas depois disso fiquei ainda menos entusiasmada com os jornais. Eu achava bem estranho essa mania de americano ficar ligando o noticiário a toda hora pra saber do clima, mas hoje em dia eu até entendo... É a única parte do jornal em que dá pra confiar!
Bem depois de ter visto que até nascimento de ninhada de cachorro aqui vira notícia e que furacão fica na capa do jornal por mais de um ano, eu me desestimulei.
Por esses dias eu fiz uma parada em um ponto de observação na volta do trabalho, por que eu achei que as montanhas estavam especialmente bonitas naquele dia. Quando eu menos espero estaciona um furgão de uma emissora de TV com o emblema do jornal. O homem que estava carregando a câmera filmadora deu chauzinho, eu dei chauzinho de volta. Vieram e me entrevistaram sobre a criação de uma HOV lane na estrada da região. Bem, eu acho que a estrada deveria ser alargada sem o pagamento de pedágio. Mas sabe como é... governo americano faz dinheiro até mesmo com placa de carro individualizada.
HOV lane é uma estrada paralela a estrada normal, onde pra entrar se precisa ter dois ou mais passageiros no carro ou pagar pedágio. Essa estrada é bastante utilizada por pessoas que querem fugir dos engarrafamentos na estrada normal. Engarrafamento assim... no padrão americano. Se o tráfico estava mais lento e a pessoa demorou mais 5 minutos pra chegar ao destino eles já chamam de engarrafamento.
Voltando ao assunto inicial. Depois de me entrevistarem, os repórteres se dirigiram a outra pessoa que estava no local pra entrevistar também. Curiosa, fui assistir a tal reportagem. Nem eu nem a outra pessoa saíram na reportagem final, e todos os que apareceram concordavam com a tal nova linha e ficaram felizes por ter uma opção pra fugir dos engarrafamentos. Nossa! Deu pra sentir que a manipulação foi enorme e como eu não concordei, meus 15 segundos de fama viraram cinzas. Pelo menos a foto das montanhas ficou deslumbrante!

domingo, 6 de abril de 2008

Compressa quente.

Isso é uma coisa que eu estranhei. Já fiz várias buscas em lojas e não achava uma compressa quente. Fora as descartáveis, que aliás são maravilhosas, e as elétricas não tinha visto a famosa bolsa de gel ou o saquinho de borracha pra encher com água quente.
As descartáveis se tratam de adesivos com produtos químicos que esquentam em contato com o ar. Duram algumas horas e fazem muito bem!
Daí, um dia, eu estava conversando com uma amiga e ela me falou do tal saco de arroz. Ela tentou me explicar, e em um determinado momento eu desisti. Só entendi quando eu vi um em ação.
Aqui não existe compressa quente pra comprar por que todo mundo praticamente tem um saco de arroz em casa.
Não se trata do mesmo saco de arroz que se compra no supermercado... esses são geralmente de plástico e por isso podem derreter. No lugar, as pessoas tem um saco de pano, recheado com arroz cru e costurado. Pra esquentar basta colocar uns poucos minutinhos dentro do microondas.
Vivendo e aprendendo...

domingo, 23 de março de 2008

No país da solidão.

Tem umas horas que eu sinto uma saudade danada daquela coisa de se sair na rua e sempre encontrar um conhecido. Aqui isso é uma coisa que ainda não aconteceu comigo. Com exceção de eventos.
Quando se está dirigindo pelo menos aqui a maioria dos lugares parece ser no meio do nada. Se eu me perder e precisar de informações é muito freqüente precisar estacionar o carro em algum estabelecimento comercial e descer do carro para dentro da loja para poder pedir informações. A maioria das pessoas anda de carro, daí não tem gente na rua pra pedir informações.
Uma das vezes que eu me perdi, eu cheguei a fazer um carro parar pra poder pedir informações.
Aqui também não existe gente sentada na frente de casa pra saudar os vizinhos. Sei que em muitos lugares do Brasil isso também não existe mais. Porém quando eu morava com meus pais e estava de chegada na rua, eu dava pelo menos uns 5 bom dias ou boa noites aos vizinhos que estavam na calçada.
O velho encontro diário na padaria também não existe, pra comprar o pão fresquinho no fim do dia é preciso ir no supermercado. Lugar que não é nada pequeno e por isso não favorece essa troca de conversas.
Sinto falta dessas coisas...

sábado, 22 de março de 2008

Números de telefone com letrinhas.

Isso mesmo! Aqui é bastante comum de se ver uma propaganda com um número de telefone sem números e com letras ou com alguns números e algumas letras. Muitos lugares usam isso como método de propaganda, colocando no telefone o nome da marca ou algo relacionado ao produto. Isso parece até uma coisa simples de resolver, mas eu fiquei meses sem saber como ligar para os tais lugares....
Eu sabia que tinha algo a ver com as letras do teclado do telefone, mas se no número 2 tem ABC e o tal número pra ligar tivesse C como eu faria para que o telefone reconhecesse C ao invés de A ou B?
Me dava uma baita raiva quando eu via uma propaganda de alguma coisa que eu estava planejando comprar e ao invés de números só tinham letras. Como eu ía fazer pra ligar?
Acabei descobrindo a solução do tal mistério em um episódio dos Simpsons. Nesse episódio o Sr Burns ligava para o seu fiel capacho sem a menor noção do número de telefone dele, usando as letras do teclado pra escolher os números. Pronto! Mistério resolvido. Bastava digitar o número uma vez, não importava qual letra.
Hoje em dia eu percebo como isso era uma besteira. Mas quando a gente chega num lugar com uma cultura diferente as coisas acabam criando uma dimensão maior do que realmente tem.

domingo, 9 de março de 2008

A terra das babás motorizadas

Eu imaginava no Brasil que quando chegasse eu poderia me virar como babá até conseguir um emprego mais legal. O jornal é cheio de anúncios de empregos para babá, uma profissão que aqui é relativamente bem remunerada. Contudo ser babá aqui não é uma coisa tão fácil quanto se imagina no Brasil.
A menos que você conheça alguém que previamente queira lhe contratar, as agências de empregos somente colocam babás com anos de experiência comprovada em sua lista de currículos. Mas isso não é tudo. Em cada anúncio vem a exigência de que a babá possua um carro confiável.
Como na época em que eu cheguei eu não tinha nem carteira de motorista, fui barrada nessa exigência, uma coisa que na época não fazia muito sentido pra mim.
Hoje em dia no entanto, eu entendo o por que dessa exigência: as crianças hoje em dia tem quase tantos compromissos quanto adultos e um carro é essencial para que todos eles possam ser atendidos segundo são agendados.
Escola, ginástica, música e até mesmo passeios programados devem ser cumpridos com pontualidade. Como professora eu vejo crianças com um dia mais longo que o meu. Eu trabalho um horário integral, mas muitas crianças chegam antes de mim no trabalho e saem bem depois.
Dentro de toda essa correria eu as vezes me pergunto: quando essas crianças tem tempo pra serem crianças e brincar?

domingo, 2 de março de 2008

Sem cozinhar

O clima aqui é bem louco. Ontem eu estava de camiseta e chinelo do lado de fora. Hoje quando acordei pela janela vi que estava nevando. Essa é uma coisa que eu demorei a me acostumar também além do frio por si só. Até comprar um carro eu me sentia um picolé em parada de ônibus.
O sistema de ônibus aqui parece ótimo no verão. Os ônibus estão sempre vazios, você não precisa sentir os cheiro dos suores alheios pra ir a outro lugar, em compensação tem horas que andar vai mais rápido do que esperar o transporte coletivo.
Estou esperando o marido acordar pra sair pra comer. Eu acabei aderindo a essa mania americana de não preparar comida. Isso mesmo. Comida feita em casa aqui é artigo de luxo. Já cansei de ver gente olhando com a maior inveja pra minha marmita de comida caseira em horário de trabalho. Mas ultimamente não está dando pra conciliar trabalho, escola e afazeres domésticos.
Olha que pra americano até mesmo café da manhã é de rua... Depois das minhas aventuras gastronômicas eu acho que estou me acostumando com o paladar local. Não que eu não sinta falta de um cuscuz de vez em quando, mas agora pelo menos eu sei quando o prato é doce e quando é salgado.

Pedido de desculpas.

Oi pessoal.

Peço desculpas pela minha demora em postar coisas novas. Ando muito ocupada, e dormindo muito pouco. Não abandonei o blog, venho postar aqui quando eu posso. Mas o problema é que o tempo anda muito curto.

Beijos

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

O trânsito.

Isso é uma coisa que varia de cidade pra cidade. Pra quem veio de Recife com seus demoradíssimos engarrafamentos diários, isso aqui até que não é difícil. Contudo, justamente por não saberem o que vem a ser um engarrafamento de verdade, qualquer coisa que faça o trânsito ficar um pouco mais lento, os americanos já estão logo chamando de engarrafamento.
Na saída do trabalho todo dia eu pego um "engarrafamento" desses. Se é que se pode chamar um trânsito se movendo a 70km/h de engarrafamento. Pois bem, aqui a tática dos motoristas impacientes é bem diferente do que eu conhecia no Brasil, o que por pouco não era suficiente pra provocar surdez, de tanto que as pessoas buzinam. Aqui, quando o camarada pensa que você está demorando, ele liga o farol no alto e anda bem encostadinho atrás do seu carro. Isso é uma coisa que me incomoda bastante. O reflexo do farol alto pelo retrovisor meio que cega. Mas assumo que prefiro isso mil vezes a um coro de buzinas destoadas. Pelo menos nesse caso, basta eu mudar um pouco a posição do espelho e eu consigo sobreviver.
Digo sobreviver por que eu sou bastante cabeça-dura. Motorista impaciente atrás de mim não tem vez a menos que eu realmente esteja manzanzando. Se eu estiver afim de dirigir mais devagar eu abro passagem, mas se eu estou no limite de velocidade ou tem algum cidadão na minha frente, ou o de trás faz arrudeio pra ultrapassar, ou passa por cima.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Eletricidade

Isso aqui tem horas que parece ate conto. Me desculpem a falta de acentuacao. Nao estou escrevendo em casa e a maior parte dos computadores desse pais simplesmente nao esta configurada para acentos.
Bem, falando de eletricidade aqui eu posso comentar sobre 3 assuntos: as tomadas, os relampagos e a eletricidade estatica.
As tomadas sao quase normais. Isso mesmo, quase... E bastante comum se ter um interruptor como o que liga lampadas para tomadas tambem. Derrepente voce tenta ligar um aparelho e comeca a ficar nervoso pensando que esse aparelho esta quebrado, quando lembra-se do tal interruptor que pode ter sido desligado por acaso. Acho isso meio irritante, mas penso que tem suas utilidades na hora de fazer as criancas pararem de assistir TV.
Outras tomadas nos entanto tem uma especie de protecao. Se passa mais energia do que deveria (para um aparelho domestico) ela aciona uma chave e se desliga so. Pode ser desligada e religada manualmente tambem. Mas ate eu descobrir que as tomadas da cozinha nao funcionavam por causa disso foi um no.
Os relampagos sao outra historia. As vezes eu digo que qualquer chuvisco aqui faz o maior escandalo, e e verdade. E muito comum qualquer chuvinha fazer o maior estrondo, e algumas vezes nem chove mas tem tempestade eletrica. O ceu fica muito bonito, mas essas tempestades sao meio assutadoras tambem. Em Recife nao tinha delas, entao eu fiquei bastante assustada no meu primeiro mes aqui.
A eletricidade estatica merece uma postagem individual... Mas prometo que essa nao vai demorar muito.

domingo, 13 de janeiro de 2008

A saga do marshmallow.

No Brasil eu sempre achei marshmallow um doce borrachudo. Não era um dos meus preferidos, mas isso não me impedia de ir com uma sacolinha cheia deles para dentro do cinema assistir um filme. É um doce que não tem tanto açúcar e eu admito que já tive dor na articulação têmporo-mandibular de tanto mastigar essa inguaria borrachuda.
Quando mudei pra cá, cheguei a comprar um pacote de marshmallows. Mas da mesma forma que no Brasil eu abusei deles na forma como eram servidos. E novamente, fiquei com a boca cansada de tanto mastigar.
Depois de algum tempo morando aqui, fiz uma viagem e nesta uma amiga me falou que tinha muita vontade de comer marshmallows preparados na foqueira. Isso mesmo: todos os desenhos e filmes que mostram uma comida branca sendo preparada no espeto durante o acampamento, não tem nada de queijo, é marshmallow mesmo. Fiquei entusiasmada com a proposta. Provar comidas diferentes já me colocou em más situações, mas tinha certeza de que este não seria o caso.
Na verdade me surpreendi. Eu pensava que preparar o marshmallow na fogueira simplesmente o faria ficar quente, mas na verdade ele fica com uma textura diferente, e adivinhem: ele derrete na boca. Passei a apreciar o doce muito mais. Mas como fazer fogueira aqui não é uma coisa fácil, acabei ficando bastante tempo sem repetir a dose.
No mês passado no entanto, eu descobri mais uma inovadora e deliciosa maneira de apreciar a textura surpreendente do doce. Eu estou trabalhando em uma escola montessori, e a professora líder havia preparado um material especial para o inverno, onde as crianças serviriam chocolate quente com marshmallows para um colega. Esse material rapidamente se tornou um dos mais procurados pela turma, curiosa eu fui preparar o drink em casa. Mais uma surpresa: a textura fica ainda mais cremosa, não apenas derrete na boca, mas lembra bastante o chantilly.
Saudosa da inguaria preparada na fogueira, ao assistir o filme "o casamento dos meus sonhos" vi que em uma cena o mocinho do filme prepara o mesmo doce, não na fogueira da lareira, mas numa vela. Não perdi tempo e copiei. Ficou muito bom.
Comer marshmallows requer um certo conhecimento, pelo menos pra evitar dores causadas pela excessiva mastigação...

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Aventuras gastronômicas parte II - Restaurantes

Dizem as más línguas que Mc Donalds é igual em qualquer lugar do mundo. Isso não posso nem confirmar nem desmentir, fast-food não é o meu forte. Mesmo estando no país natal do Mc Donalds, a última vez que comi estava no Brasil, ou seja, anos atrás. Sobre a famosa e intragável pizza com erva doce, eu já falei no outro dia. Foi um restaurante do aeroporto. Só comi por que o serviço de bordo dentro dos EUA geralmente não inclui comida, no máximo um suquinho. Quando tem, é necessário desembolsar algum dinheiro pra pagar. Mas eu dei azar... desde o café eu estava sem nada no estômago, e já estava no meio da tarde.
Uma das coisas que me chamou atenção nos restaurantes foram os sucos. Na sua maioria são artificiais e com gosto de ontem. No máximo dá pra achar uma limonada "fresh squeezed", ou seja, espremida na hora. Se você for num supermercado e comprar uma garrafa de suco de laranja pronto, corre o risco de pagar o mesmo preço por um galão de suco velho que você está pagando por um copo da mesma qualidade em um restaurante.
A cidade onde eu moro é uma cidade turística. Por esse motivo há restaurantes com comidas típicas de várias partes do mundo, lamento que não há comida brasileira, que dirá nordestina. Mas eu já descobri alguns macetes, e aqui em casa tem tapioca toda semana.
Já provei comida mexicana, taiuanesa, tailandesa, chinesa, italiana... muitos desses tipos de restaurantes internacionais eu havia experimentado em Recife. Mas juro que isso não tornou minhas visitas a esses restaurantes aqui mais normais. É freqüente pedir uma coisa achando que vem uma comida tal, e se apresentar outra bem diferente. As vezes com sabor doce, outras com bastante pimenta. Com o tempo a gente vai se acostumando, mas no começo estranha mesmo.
Uma coisa que aconteceu com meu marido, que me poupou da experiência ao me avisar, foi quanto ao café gelado. Em Recife costumava-mos ir a uma cafeteria chamada Café Cordel que servia deliciosos cafés gelados, que mais pareciam milkshakes com café e mais alguma iguaria do que café em si. Pensando nesses deliciosos drinks, ele foi pedir um café gelado em uma cafeteria aqui, e recebeu nada mais nada menos que um café passado com cubos de gelo dentro do copo.
Hoje em dia eu geralmente vou a restaurantes certos, pra pedir algo que eu já conheço. Continuo provando coisas novas, mas pelo menos não deixo essas experiências matarem minha refeição. Posso dizer que já paguei pra passar fome...