domingo, 23 de março de 2008

No país da solidão.

Tem umas horas que eu sinto uma saudade danada daquela coisa de se sair na rua e sempre encontrar um conhecido. Aqui isso é uma coisa que ainda não aconteceu comigo. Com exceção de eventos.
Quando se está dirigindo pelo menos aqui a maioria dos lugares parece ser no meio do nada. Se eu me perder e precisar de informações é muito freqüente precisar estacionar o carro em algum estabelecimento comercial e descer do carro para dentro da loja para poder pedir informações. A maioria das pessoas anda de carro, daí não tem gente na rua pra pedir informações.
Uma das vezes que eu me perdi, eu cheguei a fazer um carro parar pra poder pedir informações.
Aqui também não existe gente sentada na frente de casa pra saudar os vizinhos. Sei que em muitos lugares do Brasil isso também não existe mais. Porém quando eu morava com meus pais e estava de chegada na rua, eu dava pelo menos uns 5 bom dias ou boa noites aos vizinhos que estavam na calçada.
O velho encontro diário na padaria também não existe, pra comprar o pão fresquinho no fim do dia é preciso ir no supermercado. Lugar que não é nada pequeno e por isso não favorece essa troca de conversas.
Sinto falta dessas coisas...

sábado, 22 de março de 2008

Números de telefone com letrinhas.

Isso mesmo! Aqui é bastante comum de se ver uma propaganda com um número de telefone sem números e com letras ou com alguns números e algumas letras. Muitos lugares usam isso como método de propaganda, colocando no telefone o nome da marca ou algo relacionado ao produto. Isso parece até uma coisa simples de resolver, mas eu fiquei meses sem saber como ligar para os tais lugares....
Eu sabia que tinha algo a ver com as letras do teclado do telefone, mas se no número 2 tem ABC e o tal número pra ligar tivesse C como eu faria para que o telefone reconhecesse C ao invés de A ou B?
Me dava uma baita raiva quando eu via uma propaganda de alguma coisa que eu estava planejando comprar e ao invés de números só tinham letras. Como eu ía fazer pra ligar?
Acabei descobrindo a solução do tal mistério em um episódio dos Simpsons. Nesse episódio o Sr Burns ligava para o seu fiel capacho sem a menor noção do número de telefone dele, usando as letras do teclado pra escolher os números. Pronto! Mistério resolvido. Bastava digitar o número uma vez, não importava qual letra.
Hoje em dia eu percebo como isso era uma besteira. Mas quando a gente chega num lugar com uma cultura diferente as coisas acabam criando uma dimensão maior do que realmente tem.

domingo, 9 de março de 2008

A terra das babás motorizadas

Eu imaginava no Brasil que quando chegasse eu poderia me virar como babá até conseguir um emprego mais legal. O jornal é cheio de anúncios de empregos para babá, uma profissão que aqui é relativamente bem remunerada. Contudo ser babá aqui não é uma coisa tão fácil quanto se imagina no Brasil.
A menos que você conheça alguém que previamente queira lhe contratar, as agências de empregos somente colocam babás com anos de experiência comprovada em sua lista de currículos. Mas isso não é tudo. Em cada anúncio vem a exigência de que a babá possua um carro confiável.
Como na época em que eu cheguei eu não tinha nem carteira de motorista, fui barrada nessa exigência, uma coisa que na época não fazia muito sentido pra mim.
Hoje em dia no entanto, eu entendo o por que dessa exigência: as crianças hoje em dia tem quase tantos compromissos quanto adultos e um carro é essencial para que todos eles possam ser atendidos segundo são agendados.
Escola, ginástica, música e até mesmo passeios programados devem ser cumpridos com pontualidade. Como professora eu vejo crianças com um dia mais longo que o meu. Eu trabalho um horário integral, mas muitas crianças chegam antes de mim no trabalho e saem bem depois.
Dentro de toda essa correria eu as vezes me pergunto: quando essas crianças tem tempo pra serem crianças e brincar?

domingo, 2 de março de 2008

Sem cozinhar

O clima aqui é bem louco. Ontem eu estava de camiseta e chinelo do lado de fora. Hoje quando acordei pela janela vi que estava nevando. Essa é uma coisa que eu demorei a me acostumar também além do frio por si só. Até comprar um carro eu me sentia um picolé em parada de ônibus.
O sistema de ônibus aqui parece ótimo no verão. Os ônibus estão sempre vazios, você não precisa sentir os cheiro dos suores alheios pra ir a outro lugar, em compensação tem horas que andar vai mais rápido do que esperar o transporte coletivo.
Estou esperando o marido acordar pra sair pra comer. Eu acabei aderindo a essa mania americana de não preparar comida. Isso mesmo. Comida feita em casa aqui é artigo de luxo. Já cansei de ver gente olhando com a maior inveja pra minha marmita de comida caseira em horário de trabalho. Mas ultimamente não está dando pra conciliar trabalho, escola e afazeres domésticos.
Olha que pra americano até mesmo café da manhã é de rua... Depois das minhas aventuras gastronômicas eu acho que estou me acostumando com o paladar local. Não que eu não sinta falta de um cuscuz de vez em quando, mas agora pelo menos eu sei quando o prato é doce e quando é salgado.

Pedido de desculpas.

Oi pessoal.

Peço desculpas pela minha demora em postar coisas novas. Ando muito ocupada, e dormindo muito pouco. Não abandonei o blog, venho postar aqui quando eu posso. Mas o problema é que o tempo anda muito curto.

Beijos