sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Momento inspiracional.


Hoje eu estou meio sem inspiração, mas apesar disso tenho vontade de escrever.
Eu deveria estar inspirada... No momento em que teclo essas palavras, eu aprecio uma boa garrafa de vinho (vinho barato, mas BOM!), e com uma tábua de frios (vegetariana, claro!) sentada em cima da impressora. Pra aumentar a inspiração, estou escutando um forrozinho na rádio UOL, música da terrinha. Ritmo que embalou os momentos mais românticos de minha longa vida de 27 anos.
Pra completar o momento inspiracional, estou brincando na melhor das comunidades do orkut, um grupo selecionadíssimos de amigos virtuais, com os quais só tem tempo ruim quando alguém tá doente. E mesmo quando isso acontece a turma dá força! Pois é... Não dá outra! Se eu ligo o computador eu acabo passando na Jisuistomaconta!
Mesmo assim tá faltando inspiração hoje. Fui assistir um filme (que o meu marido estava doido pra ver e dormiu no começo mesmo do filme) e enjoei antes de chegar no final.
Ontem fui tirar umas fotos de uma teia de aranha que tinha no jardim. Tirei mais ou menos umas 30 fotos, consegui aproveitar 3 delas, mas no fim acho que valeu à pena. Quero estudar mais sobre fotografia e quem sabe comprar uma câmera melhorzinha, daí eu tiro menos fotos pra aproveitar uma...
Hoje eu vou parando por aqui, por que escrever sem inspiração não dá muito certo, acaba ficando uma conversa meio sem pé nem cabeça.


terça-feira, 21 de agosto de 2007

Os mapas e a perdida.

Os mapas, vocês sabem o que são. A perdida sou eu. Incrivelmente as vezes eu consigo me perder mesmo com auxílio de mapas, mas em geral eu necessito ir a um mesmo lugar várias vezes antes de aprender o caminho sem nenhum tipo de ajuda.
Dizem as más línguas (eu inclusive uma delas) que quando uma pessoa tem experiências de internação em hospital prolongadas, fica com o senso de direção alterado. Devido a asma crônica na infância, eu tenho um não senso de direção. Consigo distinguir bem direita de esquerda (tem gente que não consegue), mas acontece que aqui direita e esquerda não são direções, são lados.
Agora imagina a cena: você está perdido num lugar completamente estranho ao sol do meio dia. Para pra perguntar à primeira alma caridosa onde fica a saída mais próxima para a "Rua Fulano de Tal" que é uma rua que você conhece. Como resposta você tem algo do tipo: "é só seguir na direção norte, passar dois blocos, e virar para oeste". A alma caridosa (como todos por aqui) está com pressa e se vai antes mesmo que você possa perguntar alguma coisa...
Mas pra onde diabos é norte??? Lembro que quando eu estava na escola uma vez ensinaram a ver as direções se posicionando em relação a direção do sol nascente e poente. Juro que não me lembro como é. Mas me diga mesmo: uma pessoa com dificuldade de lembrar caminhos, está dentro de um carro, com problemas no senso de direção vai conseguir saber onde é o norte?
Mas tudo bem, a pessoa que você perguntou pode não saber todos esses detalhes. Quando eu saio, normalmente eu sempre vou equipada com os mapinhas criados por sites, geralmente bem detalhados, inclusive com a distância a ser percorrida antes da próxima entrada.
Estou eu, me preparando para mais uma aventura ao desconhecido atrás do meu volante, vou no site de mapas, coloco o endereço da minha partida e do meu destino, e com o que eu dou de cara? "Siga oeste em direção à Rua Cicrano". É brincadeira né mesmo? Como diabos eu vou saber para onde é o oeste? Se eu soubesse como chegar na Rua Cicrano eu não precisava de mapa!!!
Acho que a única solução é deixar a minha indignação de lado e juntar dinheiro pra comprar uma boa bússola e deixar no carro.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Substituições culinárias.

Vocês já pararam pra preparar alguma coisa e no meio da receita descobriram que faltava um ingrediente muito importante pra receita? Isso aconteceu comigo duas vezes no mesmo dia na semana passada. Um dia depois de ter feito a feira.
Lá estava eu, toda feliz e sorridente, preparando minha feijoada vegetariana. Comecei a tempera-la com tofu, molho defumado, alho, cebola, louro, etc. De repente eu me deparo com a falta de um ingrediente importantíssimo: laranja. Quando eu tenho a laranja em casa, eu uso raspas da casca, quando não tem, mas tem o suco, eu uso o próprio. Mas nesse dia, não tinha nada.
Pesei o quanto de sabor de feijoada restaria na minha feijoada sem carne. Dá pra substituir a carne bem com tofu e molho defumado, a feijoada fica boa. Também acrescento algumas verduras como cenoura e abobrinha, ficam bem saborosas cozinhadas no feijão. Mas e a laranja? Feijoada sem laranja não tem gosto de feijoada, tem gosto de feijão preto e pronto. Quando me lembrei o tanto que eu dirigi para chegar ao supermercado onde eu fiz minhas compras no dia anterior, que eu atravessei duas cidades em busca do preço mais barato, e prometi a mim mesma que farei compras somente uma vez por semana para não perder o controle do orçamento doméstico, desisti da rápida idéia de pegar o carro e ir no supermercado mais próximo para comprar uma laranja que deveria custar entre 2 e 3 dólares a unidade.
Diante da minha decisão, vasculhei as prateleiras em busca de algo que pudesse substituir minha laranja, achei um limão na geladeira... Limão também é ácido, pode dar certo. Mas é tão pouco de laranja que vai na feijoada que provavelmente não é a acidez o que importa à receita, mas o aroma específico da laranja.
Resolvi continuar minha busca até que achei o ingrediente que foi de minha escolha: nos cafundós das dependências culinárias estavam algumas latas de um refrigerante vagabundo diet de laranja. Não tive dúvida: abri a lata e despejei metade desta dentro do que seria o prato principal da minha próxima refeição. O resultado? Não ficou bom, ficou ótimo! Vai ver eu tenho talento para essas coisas.
No fim da tarde eu resolvi fazer um pão. Tenho uma dessas maravilhosas máquinas de fazer pão, onde o único trabalho é medir os ingredientes e colocar dentro da máquina: mais rápido do que ir na padaria. Comecei fazendo um pão de iogurte, ao invés de iogurte eu utilizei um molho de saladas que já estava pronto, cuja base deveria ser maionese, e eu troquei por iogurte, na ânsia de perder uma gordurinha extra. Até aí tudo bem. O molho vai dar um gostinho especial ao pão. De vez em quando eu faço pão branco e despejo um envelope de sopa de cebola dentro. Nossa, será que o meu problema das gordurinhas extras está nos meus pães?
Continuando a receita, fui adicionando os ingredientes tal qual mandava o livrinho, salvo a substituição que já citei. Quando cheguei ao penúltimo ingrediente, o qual eu não havia notado, ou teria escolhido outra receita. Era farinha de semolina. Sei que macarrão leva semolina, e que semolina é feita de arroz. Mas nunca na minha vida, vi nenhum pacote de semolina, nem no supermercado, nem em fotos dos sites culinários.
Bem, o dilema do prato anterior agora estava aumentado, pois além de não ter o ingrediente eu também não fazia idéia de onde comprar semolina. Mais uma vez eu decidi pela substituição. Usei farinha de aveia. É um cereal também, em relação as propriedades da receita, essas não devem mudar. O gosto deve ficar diferente do original da receita, mas eu nunca comi pão de iogurte mesmo. Os sabores que a língua não provou, a mente não sente falta.
Como resultado, o pão ficou uma maravilha. Fofinho e saboroso. Agora eu tenho uma pergunta: você viria jantar aqui em casa hoje?

domingo, 12 de agosto de 2007

Sobre os pelados.

Eu já estou morando nesse país a uns 2 anos. Pouco depois que eu me mudei, eu vi uma coisa que eu não acreditei. Acho que eu só acreditei depois que eu vi esse pessoal passando por mim pela terceira vez.
Era um protesto, um grupo de pessoas resolveu fazer um passeio ciclístico, do jeito que vieram ao mundo, para protestar.
Não acredita?
A prova tá no youtube!
http://www.youtube.com/watch?v=TRmnnGLOdCk
Eu estava a caminho de um churrasco que estava sendo feito às margens do rio que corta a cidade. Estava eu com meu marido, e quando contamos o que tínhamos visto no meio do caminho, as outras pessoas não acreditaram, até que o protesto resolveu passar exatamente onde a gente estava. Passaram por lá mais umas duas vezes e no fim passou o carro de polícia atrás deles, numa estradinha feita pra bicicletas.
Não me pergunte contra o que eles estavam protestando. Eu não faço a mínima idéia. A nudez montada em bicicleta chamava mais atenção do que qualquer motivo estampado e pintado no corpo deles. Juro que eu pensei que no dia seguinte todos os jornais locais estariam com uma reportagem explicando a visão mirabolante que eu tivera no dia anterior. Pro meu desapontamento não tinha uma única linha a respeito em todos eles. E olhe que eu procurei! Me surpreendi hoje ao achar esse vídeo no youtube. Pensei que tinham abafado o caso completamente.
Agora, me expliquem com que autoridade esses americanos falam do Carnaval brasileiro? Eu tenho um colega de trabalho que diz que o sonho dele é ir num carnaval carioca. Mas ao mesmo tempo que ele diz isso ele explica que realizar esse sonho é o mesmo que pedir divórcio. Esse meu colega de trabalho já tem pra lá dos seus 60 anos, e só me chama de "Garota de Ipanema". É mole?
As vezes eu penso que eles censuram tanto que perderam a noção da diferença entre a simples nudez e a conotação sexual. Isso explicaria por que a televisão daqui censura TUDO. Desde peito de manequim de plástico até órgãos sexuais de vaca em um programa rural. No começo eu também me surpreendia com a censura colocada em filmes que eu alugava. Se tem palavrão, o filme é indicado pra 15 anos. Se tem palavrão e uma mulher tomando banho e umas cenas de briga, a censura sobe para 18 anos. Feito no filme "40 years old virgin" o virgem de 40 anos.
Será que eu estou muito "pra frente" ou eles que são exagerados?

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Os velhinhos.

Eu acho que velhinhos em geral são simpáticos. Tem uns clientes já de idade avançada, digamos assim, que são fregueses lá da loja onde eu trabalho que me fazem rir sempre que eu os vejo. Perto do supermercado tem uma residência de velhinhos, que na verdade é um asilo. Onde eu trabalho tem tem cliente velhinho de todo tipo.
Começando pelos simpáticos, tem uma senhora que vai lá todo dia de manhã, faz questão de decorar o nome de cada pessoa. Dá bom dia com um sorriso enorme e cativante. Ela tá no asilo por questões de saúde, precisa de respirador e cadeira de rodas elétrica pra sair de casa. Acho que a manutenção do respirador é complicada, pois filho se mudou pra perto do asilo pra poder estar sempre com ela. É um rapaz bem simpático também, e um dos raros filhos que não abandona os pais nos asilos americanos.
Pois bem, um certo dia estava eu no meu balcãozinho e chega essa senhora gentil e sorridente na sua cadeira de sempre. Não pude deixar de notar que ela tinha um broche bastante diferente, era um camaleão ou algum outro tipo de lagarto feito de pano. Não pude deixar de elogiar, mesmo sendo de pano era bastante bonito. Então ela me contou essa história, que de tão simples é digna de uma criança de 5 anos: "O nome do bichinho é Draco. Ele sempre me dá força quando estou em situações difíceis e que me assustam. Então sempre que eu estou para ir a algum lugar difícil eu uso ele que é pra ele me ajudar a ter coragem pra enfrentar as situações difíceis. Ele é muito valente, e me dá parte da valentia dele." Eu sorri da bela história, cheia de singeleza e me despedi dela por aquele dia. Será que quando eu ficar velha eu vou conseguir ser tão cativante quanto ela?
O segundo velhinho que eu vou contar, é um senhor, que também sempre vai na loja com cadeira de rodas. Esse e conheço mais de vista. Nem sei o nome dele pra ser bem sincera. Um dia estava eu trabalhando como caixa. E me chega esse velhinho com sua voz fraca e me faz uma pergunta. Eu não consegui entender nada. O ambiente onde eu trabalho é muito barulhento, mas eu vou deixar esses detalhes pra outro dia. Continuando, eu estava na fila rápida e os outros clientes que estavam atrás do velhinho começaram a ficar impacientes com a demora pois eu não conseguia entender o que o velhinho estava perguntando. Num esforço pra a compreensão, eu saí de trás da registradora e fui para a frente do velhinho foi então que eu consegui ouvir: "qual o chiclete que não gruda?" apontando para a estante de balas que fica do lado da registradora. Nossa, a cliente que estava atrás dele abriu um olhão meio incredulidade e meio crítica. Como ela podia estar esperando a tanto tempo (menos de 1 minuto) atrás desse senhor por causa de uma pergunta dessas? Eu nem pensei. Automaticamente eu pedi a minha chefe que abrisse um outro caixa do meu lado pra tomar conta dos clientes atrás do velhinho enquanto eu ajudava ele. No fim das contas, acho que ele queria uma bala que não grudasse, e não achando a palavra ele usou a que ele achou: "chiclete", e isso gerou aquela pergunta sem resposta. Mas a cara da mulher que estava atrás dele é uma coisa que eu consigo compreender menos... Será que ela não sabe que os anos passam pra ela também?
A terceira e última velhinha que eu vou descrever hoje, é cliente antiga da loja. Vai toda tarde fazer as compras dela, e ao contrário dos outros, essa é uma pessoa pela qual eu não consigo sentir a menor simpatia. Velhinha muito bonitinha e de aparência bastante frágil, à primeira vista ela até desperta alguma simpatia misturada com pena, mas esta logo some uma vez que você tem que lidar com ela diariamente.
Ela chega diariamente com um carrinho de compras, desses que a pessoa sai puxando pela alça, e sempre ignorando os clientes que estão na frente dela, pede para que o carrinho seja colocado atrás do balcão de atendimento ao consumidor, que é onde eu trabalho. Quando chegamos perto dela, ela nunca está pronta. Quer que fiquemos a sua disposição enquanto ela vagarosamente decide o que fica no carrinho dela e o que vai para o carrinho do supermercado. Terminado o ritual, ela quer que alguém a ajude a encontrar dentro da loja todos os ítens que estão em sua lista de compras, e eu já fiz esse serviço. Ela me fez dar 10 voltas na loja. Compra uma coisa que está no primeiro corredor, depois vai para o último, depois volta para o segundo, e assim vai... A lista dela está ordenada de maneira a gastar o máximo de tempo possível dentro da loja. E aí vem o comportamento que mostra quem ela é: ela quer que todos os produtos sejam abertos para que ela compre algumas unidades. Por exemplo: de um pacote de biscoitos ela sempre quer comprar 3 unidades. Se ela por ventura não é autorizada, ela abre o produto em casa e no próximo dia devolve. Alguns produtos que são servidos na loja para provar, ela guarda e leva pra casa, coisas como manteiga de amendoim, ela sempre faz isso e nunca realmente compra. A esta altura você deve estar pensando "coitadinha, isso é por que não tem dinheiro pra comprar o pacote inteiro" aí é que você se engana. A velha é rica. É miserável mas é rica. O que mais explicaria que seu financial advisor, uma espécie de contador, a fosse procurar no supermercado por que ela não compareceu ao encontro de negócios? Ela me lembra aquele rico do conto de natal, ela é a personificação do rico que o Fantasma do Natal Futuro mostra a ele mesmo. Sozinho, rico, mas ainda com a idéia de que todos tem a obrigação de estar a sua disposição. É bem isso que essa velhinha faz. Não é que eu esteja me negando ao trabalho, mas eu não acho que ela tenha prioridade acima dos outros clientes, mas ela nem pensa nem age assim. Quando ela termina de comprar, ela vem buscar o carrinho para colocar suas compras nele. Não adianta levar o carrinho pra o embalador colocar as compras direto nele. Ainda assim ela quer alguém disponível na frente dela enquanto ela decide onde vai colocar cada coisa. Tem uns colegas de trabalho meus, que acham que ela vai lá todo dia e faz isso tudo pra não se sentir sozinha o dia inteiro. Bem, o que ela tem conseguido é fazer com que cada funcionário possível e imaginável se esconda da simples visão de sua entrada na loja. Ela é rica de dinheiro e pobre da coisa mais importante que existe nesse mundo. Tomara que um dia eu não termine como ela.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

AUTO REPAIR, ou seria ASSAUTO REPAIR???

Acabei de chegar do mecânico. Estou me sentindo assaltada. Cheguei no mecânico pra fazer troca de óleos. Daí aproveitei pra trocar também as lâmpadas do farol, por que somente o farol luminoso estava funcionando. Pelo telefone o rapaz me falou que seria $21,00 pelo óleo e isso incluía um check up no carro. Sabe quanto deu minha conta? $65,84! Paguei mais do que o triplo do preço por duas lâmpadas de farol!
Aproveitei pra perguntar sobre um barulho estranho que meu carro está fazendo pensei que estivesse algo apertando a roda, pois só faz barulho quando eu ando. Pois bem. O mecânico resolveu dar uma passeada com o meu carro. Andou 6 milhas (3 vezes mais do que a distância entre a minha casa e a oficina, que fica no outro lado da cidade) e depois de examinar o carro falou que era uma borracha da suspensão que estava gasta, e precisava ser trocada. O custo do serviço? Ficaria por $550 com o alinhamento. Cheguei em casa e fui fazer a pesquisa na internet pra saber quanto custa a tal peça. Quase caí pra trás. Cada uma custa $16. Isso mesmo: desesseis dólares e não cento e sessenta. Meu carro precisa de uma peça para cada lado, ou seja, de material o custo seria $32. Eu estaria pagando mais de 1000% só com mão de obra.
Liguei para mais 2 lugares, um deles me deu o preço total de $540,00, ou seja, estão assaltando dez dólares a menos. O segundo foi um pouco mais razoável: $329,95 O assalto tá mais barato, mas ainda está caro.
Será que tem alguém que cobra um preço mais razoável pra fazer isso? Se as peças custam $32, eu estou disposta a pagar no total de $200 pelo serviço completo (e olhe lá...), por que sei que é uma coisa que dá trabalho, e o cara precisa saber pra fazer. Mais do que isso é roubo.

domingo, 5 de agosto de 2007


Sentimento de abertura.

As vezes fico me perguntando. Me pergunto sobre tudo. É engraçado como nossas conversas conosco são ricas e ao mesmo tempo pobres. As vezes me pergunto sobre o sentido da vida, as vezes sobre onde coloquei aquele lenço que eu adoro e que não consigo achar a semanas.
Eu tenho três amigas para as quais eu ligo de vez em quando pra jogar conversa fora. Sabe aquele assunto que não tem assunto? Ligar pra saber como anda a vida alheia e ao mesmo tempo abrir a nossa, nessa necessidade de dividir o que a gente pensa, mas também ter um retorno, ver o que o outro acha das perguntas que a gente mesmo se faz.
Acontece que as três estão doentes. Não consegui ter uma conversa decente com nenhuma delas. No começo da tarde eu liguei pra primeira, que me informou estar gripada, falou alguma coisa e eu resolvi desligar para permitir a ela o descanso necessário sem sentir que eu estou enchendo o saco. A segunda eu já sabia que estava doente a dias. Liguei para perguntar se ela estava melhor. Mal falou "oi" a menina teve uma crise de tosse. Bem acho que isso respondeu a minha pergunta. Acabou que a jogada de conversa fora ficou adiada com ela também. A terceira eu liguei no fim da noite. Na verdade, ela deveria ter me ligado, mas pensei que ela tinha esquecido o horário que a gente combinou, daí eu liguei. Com essa eu não cheguei nem a falar. O marido dela me avisou que ela estava doente e falou que ela ficou de ligar pra mim amanhã, quando deve estar se sentindo melhor.
Daí comecei a me sentir só. Meu marido está em casa, mas no momento meio ocupado com os estudos dele. Não quero atrapalhar. Conclusão: só posso conversar comigo mesma no momento. Como não tem ninguém pra perguntar, acabo me perguntando. Será que isso é uma conspiração divina pra me fazer abrir esse blog que eu estou adiando a séculos? Será que alguém vai ler? Se ler, será que vai gostar? Ou será que isso vai virar uma espécie de diário, onde eu escrevo pra mim mesma como se estivesse falando com mais alguém?
Tantas perguntas... respostas que só devem vir com o tempo. Vou aproveitar esse espaço pra mostrar um pouco da minha visão enlouquecida da vida. As vezes tão louca que parece até normal. Afinal não diz o ditado que de médico e louco todo mundo tem um pouco? Se alguém se interessar de ler, leia. Se achar chato, enfadonho, cansativo, etc. O que é que você está fazendo por aqui? Vai fazer algo melhor, algo que te deixe feliz ou satisfeito, ou pelo menos que te dê algum prazer. Realmente não me importo com números, mas com a satisfação real, mesmo que ela venha somente de uma pessoa. Eu mesma.